O intervalo intrajornada é um direito fundamental do trabalhador, garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), especificamente no artigo 71. Ele representa um período de descanso e alimentação dentro da própria jornada de trabalho. Entender as regras sobre sua concessão, possíveis reduções e o que acontece quando ele não é respeitado é crucial para garantir um ambiente de trabalho justo e para evitar problemas legais tanto para o empregado quanto para o empregador. Vamos detalhar como isso funciona na prática.
Pontos Principais sobre Intervalo Intrajornada
O intervalo intrajornada é um período de descanso e alimentação dentro da jornada de trabalho, com duração mínima definida pela CLT conforme a duração do dia de trabalho.
A supressão ou concessão parcial do intervalo intrajornada gera o pagamento do tempo não usufruído, acrescido de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal.
A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) alterou a forma de pagamento, passando a ser devido apenas o tempo efetivamente suprimido, com natureza indenizatória, e não mais o período integral do intervalo.
Entendendo o Intervalo Intrajornada
O intervalo intrajornada é aquele período de descanso e alimentação que todo trabalhador tem direito durante a sua jornada de trabalho. Pense nele como uma pausa obrigatória para recarregar as energias, comer algo e dar uma aliviada na mente e no corpo.
A lei, especificamente o artigo 71 da CLT, prevê esse direito para garantir que ninguém trabalhe por longos períodos sem uma pausa. É uma medida importante para a saúde e segurança, sabe? Trabalhar sem parar pode levar a cansaço, estresse e até acidentes.
Esse tempo de descanso não é computado como hora trabalhada, ou seja, ele não conta para o total de horas que você cumpre no dia. É um tempo separado, dedicado exclusivamente ao seu bem-estar.
Diferença Entre Intervalo Intrajornada e Interjornada
É comum confundir esses dois termos, mas a diferença é bem simples:
Intervalo Intrajornada: É a pausa dentro do mesmo dia de trabalho. É o famoso horário de almoço ou aquele pequeno descanso que você tem no meio do expediente.
Intervalo Interjornada: É o descanso entre um dia de trabalho e o outro. A lei determina que deve haver, no mínimo, 11 horas de descanso entre o fim de uma jornada e o início da próxima. Isso garante que você tenha tempo para descansar de verdade antes de voltar ao batente.
Entender essa distinção é fundamental para saber quais direitos se aplicam a cada situação. O intervalo intrajornada foca no descanso durante o expediente, enquanto o interjornada cuida do descanso entre as jornadas.
Regras e Aplicações do Artigo 71 da CLT

O artigo 71 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece as normas para o intervalo intrajornada, aquele período de descanso e alimentação que o trabalhador tem direito durante a sua jornada de trabalho. É um direito fundamental para garantir a saúde, a segurança e a produtividade do empregado.
Intervalo Mínimo por Jornada de Trabalho
A lei define tempos mínimos de descanso com base na duração da jornada diária:
Jornadas de até 4 horas: Não há exigência de intervalo intrajornada obrigatório.
Jornadas superiores a 4 horas e iguais ou inferiores a 6 horas: O intervalo mínimo é de 15 minutos.
Jornadas superiores a 6 horas: O intervalo mínimo é de 1 hora e pode chegar a até 2 horas, mediante acordo escrito ou contrato coletivo.
É importante notar que, em situações excepcionais e com autorização do Ministério do Trabalho (ou órgão competente), esse intervalo pode ser reduzido. No entanto, a regra geral é a que estabelece os tempos mínimos mencionados.
O Intervalo Não é Computado na Jornada
Um ponto crucial do artigo 71 é que o tempo destinado ao intervalo intrajornada não é considerado tempo efetivamente trabalhado para fins de cálculo da jornada de trabalho. Isso significa que, se você tem direito a 1 hora de almoço e sai para comer, esse período não conta como hora trabalhada e, portanto, não é remunerado como tal. Apenas o tempo em que o empregado está à disposição do empregador, efetivamente prestando serviços, é computado na jornada.
A finalidade do intervalo intrajornada é permitir que o trabalhador possa se alimentar e descansar, recuperando suas energias para continuar o trabalho. Por isso, ele não se confunde com o tempo de trabalho e não deve ser pago como hora extra, a menos que haja descumprimento por parte do empregador.
Em alguns casos específicos, como em atividades de vigilância ou transporte, acordos coletivos podem prever o fracionamento desse intervalo, desde que não prejudique o descanso do trabalhador. Contudo, a regra geral é a concessão de um bloco contínuo de descanso.
Supressão e Indenização do Intervalo Intrajornada

Quando o empregador não concede o intervalo intrajornada, ou o faz de forma reduzida, ele está descumprindo uma regra importante da CLT. Isso significa que o tempo que o trabalhador deveria ter usado para descansar e comer, mas não pôde, precisa ser pago. E não é só o tempo que foi perdido, não.
Esse período deve ser pago como se fosse hora extra, com um adicional de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal de trabalho. Essa regra vale para todas as jornadas, mas é especialmente importante para quem trabalha mais de seis horas por dia, que tem direito a, no mínimo, uma hora de intervalo.
O pagamento do intervalo suprimido tem natureza salarial, o que significa que ele entra na base de cálculo de outras verbas, como férias, 13º salário e FGTS. Isso é um ponto que muita gente não sabe e que pode fazer uma diferença grande no valor final a ser recebido.
Como calcular o valor devido:
Descubra o valor da sua hora: Salário mensal dividido pelas horas trabalhadas no mês (geralmente 220h).
Multiplique o valor da hora pela quantidade de minutos ou horas que você perdeu de intervalo (ex: 30 minutos = 0,5 hora).
Some 50% sobre esse valor. Exemplo: Se sua hora vale R$ 10,00 e você perdeu 30 minutos, o cálculo é R$ 10,00 x 0,5 x 1,5 = R$ 7,50 por dia de intervalo suprimido.
Impacto da Reforma Trabalhista na Indenização
A Reforma Trabalhista trouxe algumas mudanças sobre como essa indenização é tratada, principalmente para contratos firmados ou situações ocorridas após sua vigência (a partir de novembro de 2017). Antes, a jurisprudência já entendia que o tempo suprimido deveria ser pago com adicional de hora extra.
Com a reforma, a lei passou a prever que o pagamento é devido apenas pelo tempo efetivamente suprimido, mas ainda com o acréscimo de no mínimo 50%. A natureza salarial dessa verba, no entanto, foi um ponto de debate e, em muitos casos, a Justiça ainda entende que ela reflete em outras verbas. É importante verificar a data de início do contrato e quando ocorreram as supressões para saber qual regra se aplica.
A Justiça do Trabalho entende que o intervalo intrajornada é uma medida de saúde e segurança do trabalhador, protegida por lei. Por isso, acordos ou convenções coletivas que tentem reduzir ou eliminar esse direito, sem respeitar os limites mínimos, geralmente são considerados inválidos. O direito ao descanso é inegociável.
É fundamental que o empregado guarde registros de ponto e outras provas que demonstrem a supressão do intervalo. Caso o empregador não apresente os controles de jornada, a versão do empregado sobre o descumprimento pode ser considerada verdadeira. Se você sentir que seu direito ao intervalo não está sendo respeitado, procure o sindicato da sua categoria ou um advogado trabalhista para entender como proceder.
Entendendo o Intervalo Intrajornada: Um Resumo Essencial
Bom, chegamos ao fim da nossa conversa sobre o intervalo intrajornada, aquele tempinho que todo trabalhador tem direito para comer e descansar durante a jornada. A lei, especialmente o artigo 71 da CLT, deixa claro que esse descanso é importante para a saúde e segurança de todos. Vimos que, se esse tempo não for dado ou for dado pela metade, o empregador tem que pagar o período que faltou, com um extra de 50%.
A reforma trabalhista trouxe algumas mudanças, focando o pagamento apenas no tempo que realmente foi suprimido, mas a ideia principal de garantir esse direito continua valendo. É bom ficar de olho nisso, tanto para quem emprega quanto para quem trabalha, para evitar problemas e garantir um ambiente de trabalho mais justo e saudável para todos.
Perguntas Frequentes sobre Intervalo Intrajornada
O que acontece se a empresa não me der o tempo de descanso que tenho direito?
Se a empresa não te der o tempo de descanso (intervalo) que você tem direito durante o trabalho, ela terá que pagar esse tempo que faltou. Esse valor extra é como uma indenização e é de pelo menos 50% a mais do que você ganharia por hora trabalhada normalmente. É importante lembrar que esse pagamento é só pelo tempo que você deixou de descansar, e não pelo intervalo inteiro.
Esse tempo de descanso conta como hora trabalhada?
Não, o tempo de descanso e alimentação durante a sua jornada de trabalho não é contado como hora trabalhada. Ele é um período separado para você poder comer e descansar um pouco, e por isso ele não entra na conta das horas que você trabalhou no dia.
A lei mudou sobre o pagamento do intervalo não concedido?
Sim, a lei mudou um pouco com a Reforma Trabalhista. Antes, se o intervalo era reduzido ou não era dado, a empresa pagava o valor total do intervalo como se fosse hora extra. Agora, a empresa paga apenas o tempo que realmente foi suprimido (o tempo que você deixou de descansar), mas ainda com um adicional de pelo menos 50%. Essa mudança vale para os casos que aconteceram depois da reforma.






