Como se Preparar para a Perícia INSS Doença Ocupacional?

A perícia INSS doença ocupacional representa uma etapa crucial para qualquer trabalhador que busca obter ou prorrogar um benefício previdenciário relacionado à sua condição de saúde. Afinal, dependendo do resultado da perícia, é possível definir se o segurado terá direito ou não ao benefício por incapacidade temporária (auxilio doença) ou até mesmo a uma aposentadoria por invalidez.

Apesar disso, são muitas as dúvidas envolvendo o momento da perícia médica do INSS. Muitos trabalhadores não sabem exatamente o que levar no dia da perícia ou como agir e, por isso, acabam perdendo o benefício por erros como falta ou inconsistência em documentações, inexistência do nexo causal, entre outros.

Contudo, não é preciso desanimar. Com uma preparação adequada, você consegue elevar e muitos as chances de consegue um resultado favorável na perícia INSS doença ocupacional. Continue lendo e descubra quais documentos é preciso levar no dia da perícia, como organiza-los adequadamente para o perito, como agir no dia da perícia, quais erros evitar e muito mais para se preparar corretamente e não correr o risco de ter seu benefício indeferido. Confira!

Perícia INSS doença ocupacional: o que levar no dia?

Perícia INSS doença ocupacional
Perícia INSS doença ocupacional

A perícia médica do INSS é uma avaliação importante e que deve ser feito por qualquer trabalhador que tenha sofrido um acidente ou doença relacionada ao trabalho.

Se este é o seu caso, saiba que a documentação é um dos pontos mais importantes, uma vez que ele pode determinar se você terá o benefício ou a prorrogação do mesmo concedida pelo INSS. Mas, qual documentação o trabalhador com doença ocupacional deve apresenta no dia da perícia?

Normalmente, os documentos que essa etapa de avaliação exige podem variar conforme cada caso e o objetivo que espera alcançar ao se submeter a esse processo. Mas, no geral, quanto mais completo e organizado for sua documentação, maior será sua chance de ter o benefício concedido ou prorrogado.

Entre os documentos que não podem faltar em uma perícia INSS doença ocupacional, estão:

  • Documento de identificação (RG) e CPF – procure levar a versão original
  • Carteira de trabalho – esse documento é necessário para comprovar o vínculo empregatício e a função exercida pelo trabalhador
  • CAT – a Comunicação de Acidente de Trabalho é um documento indispensável para caracterizar a natureza laboral da doença. Ele deve ser emitido o mais breve possível, seja pela empresa, médico, sindicato ou pelo próprio trabalhador
  • Relatórios e laudos médicos – representam a documentação principal a ser analisada na perícia médica do INSS. É fundamental que eles estejam datados e assinados pelo médico, bem como contenham o CID da doença, informações sobre a evolução e limitações impostas pela doença e sua relação com o trabalho (quando houver)
  • Exames complementares – podem variar de acordo com a doença apresentada pelo trabalhador. Contudo é importante levar todos, inclusive os exames em imagem, para que o perito possa analisar e comprovar ou não o nexo causal.
  • Atestados médicos – procure levar preferencialmente os atestados mais recentes e que contenham nele o tempo de afastamento do trabalhado recomendado pelo medico.

Além dos documentos descritos acima, o trabalhador também pode levar documentos internos da empresa, caso ele possua acesso, como PPRA, LTCAT, PCMSO, fichas de EPI, entre outros. Com essa documentação, é possível mostrar ao perito as condições reis do ambiente de trabalho e, assim, reforçar a relação entre a doença e as funções exercidas no trabalho.

Como organizar os documentos para a perícia

Tão importante quanto apresentar a documentação certa na perícia INSS doença ocupacional, é saber organiza-las do jeito certo, até mesmo para agilizar o entendimento perito sobre o caso em questão. Para isso, algumas dicas podem ajudar:

Elabore um dossiê cronológico

Primeiramente, organize os documentos, colocando-os em ordem de acordo com:

  • Data em que a doença iniciou
  • Primeiras consultas
  • Exames realizados
  • Evolução da doença
  • Laudos mais recentes

Quanto mais atualizada for essa documentação melhor para montagem do dossiê. Além disso, se houver algum atendimento de urgência, também é importante que esse registro faça parte do seu dossiê médico.

Divida por categorias

Para facilitar a apresentação dos documentos junto ao perito, o ideal é que distribua esses por categorias. Por exemplo, você pode separar os documentos pessoais, dos documentos que são apenas da empresa. Também pode fazer o mesmo com os laudos médicos, exames, CAT e demais registros.

Procure separar cada categoria de documentos em pastas ou envelopes para acelerar o processo de análise.

Como demonstrar o nexo causal entre doença e trabalho

Perícia INSS doença ocupacional

Para que uma doença seja caracterizada como ocupacional, ela deve apresentar um nexo causal válido. Ou seja, ela deve estar diretamente relacionada ao ambiente profissional. Para comprovar esse vínculo, é importante focar em alguns pontos, como:

  • Comprovar a compatibilidade entre a doença e sua função laboral. Por exemplo, quando o trabalhador atua com digitação e exerce movimentos repetitivos e apresenta LER/DORT
  • Apresentar histórico de evolução da doença através dos registros de atendimentos médicos realizados ao longo de meses ou anos
  • Documentos da empresa que atestam os riscos envolvidos na função exercida pelo trabalhador, como PCMSO e PPRA, por exemplo.

Além destes pontos, relatar de maneira clara e objetiva na perícia como a doença surgiu e sua evolução, bem como de que maneira o trabalho exercido agravou a situação é importante para confirmar o nexo causal.

Como agir no dia da perícia

Agora você já sabe quais documentos apresentar e como organiza-los para o dia da perícia INSS doença ocupacional? Contudo, outra dúvida envolvendo esse assunto diz respeito a como se portar durante essa etapa. Afinal, como o trabalhador deve agir no dia da perícia?

De modo geral, existem alguns cuidados que o segurado deve tomar no dia da perícia e que podem influenciar no resultado final. São eles:

  • Compareça ao local da perícia com antecedência, até mesmo para evitar atrasos que podem fazer com que sua perícia seja remarcada
  • Relate sua condição e limitações de forma clara e objetiva, sem minimizar ou exagerar nos detalhes.
  • Descreva de forma precisa como é o seu dia a dia de trabalho, respondendo a todas as questões relacionadas a sua função que o perito solicitar
  • Demonstre com clareza suas dificuldades reais. Por exemplo, se sente dor ao se movimentar, procure demonstrar isso para o perito de forma natural, pois isso tende a fortalecer seus argumentos para concessão do benefício

Quais doenças são mais reconhecidas como ocupacionais?

No geral, qualquer doença que esteja diretamente associada à sua rotina de trabalho pode ser considerada ocupacional. Mas, existem um grupo de doenças que já possuem uma relação estatística maior com o ambiente de trabalho. São elas:

  • Doenças respiratórias por exposição química
  • Dermatites ocupacionais
  • Problemas auditivos
  • LER/DORT
  • Transtornos mentais associados ao ambiente de trabalho
  • Síndrome de burnout
  • Problemas na coluna

EM 2023, o Governo brasileiro lançou em seu site oficial uma lista atualizada que inclui mais de 300 patologias consideradas como doenças ocupacionais. Em caso de dúvida, o ideal é que acesse o portal e verifique se seu quadro se enquadra em alguma dessas enfermidades.

Após a perícia: o que acontece?

Você compareceu para realizar a perícia INSS doença ocupacional, apresentou os documentos e repassou ao perito todas as informações solicitadas. E agora, o que acontece depois?

Basicamente, depois que a perícia é concluída, o INSS analisará todos os dados e, então emitirá a decisão sobre a concessão ou indeferimento do benefício diretamente pelo portal Meu INSS.

Se, por ventura, o benefício for negado, ainda é possível recorrer da decisão. Para isso, o trabalhador deve entrar com pedido de reconsideração junto ao INSS e protocolar novo pedido de perícia médica. Em caso de negativa, também é possível buscar a reversão dessa decisão por via judicial.

Conclusão

Preparar-se adequadamente para a perícia do INSS é essencial para garantir seus direitos, especialmente quando se trata de doença ocupacional. A documentação certa, a organização dos laudos e a clareza ao relatar suas limitações fazem toda a diferença no resultado.

Se você deseja aumentar suas chances de aprovação e evitar indeferimentos por falhas simples, siga cada etapa deste guia e reúna todos os documentos recomendados.